terça-feira, 19 de abril de 2011

Feriado! Viajar, dormir...




Eu escrevo com a forte necessidade de continuar fazendo parte da vida de algumas pessoas que vem dar uma olhada nas palavras que deixo por aqui. Sei que elas não tem valor literário, mas pelo menos vou repousando as minhas inquietudes neste vasto mundo virtual. As vezes penso em deixar de escrever, mesmo sabendo que nunca vou esquecer o primeiro vislumbre pelo mundo das letras e da escrita. Fiz um poema que expressava toda a felicidade que pensava sentir, rasguei-o e joguei fora, na época era apenas uma pessoa de muitos sonhos, e achava que cada pedaço de papel jogado ao vento, era como se dissesse ao mundo do amor que eu sentia, cada pedaço de papel levava um pouco de mim, da garota sonhadora que vivia um emaranhado de sentimentos e prendia-os dentro de si da mesma forma que prende seus cabelos. Sou um pouco empírica as vezes e não sei se isso é muito bom. A racionalidade impõe limites na minha impulsividade. Hoje mesmo, conversava sobre possibilidades de viagens, se professor de escola pública pudesse viajar. E fomos listando lugares. Ninguém do meu grupo de amigos viajariam no mesmo trem que eu. Os lugares que eu visitaria seria exóticos para eles. Eu queria ver o solstício de inverno na Irlanda, eles queriam Disney, eu queria visitar as Pirâmides do Egito eles queriam Nova york, eu iria para Holanda eles para Argentina, eu queria o outono em Roma eles voltariam para casa. Ficamos rindo dos nossos dilemas e onde poderiamos nos encontrar nessa viagem dos sonhos? Nas ilhas gregas! Todos concordaram. Fomos despertados pelo toque para troca de turmas e descobrimos que nesse feriado bom mesmo é dormir para acordar resnascida na segunda feira nossa de toda semana.

sábado, 16 de abril de 2011

Tempo


" Quem tem olhos pra ver o tempo? Soprando sulcos na pele, soprando sulcos na pele, soprando sulcos? O tempo andou riscando meu rosto com uma navalha fina. Sem raiva nem rancor. O tempo riscou meu rosto com calma. Eu parei de lutar contra o tempo, ando exercendo instantes. Acho que ganhei presença." (...) Viviane Mosé

Kelvis, quero te agradecer por ter me apresentado Viviane Mosé.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Tardes


(...) Para onde tudo se foi? A tarde, a beleza, as sombras? Tudo de uma maneira confusa tomou conta do meu interior. Porque nesta tarde esperava encantar e cantar nas calçadas das grandes cidades uns versos perdidos, encontrados e cantados em outras tardes... Agosto de 1994/ terra dos poetas. Vendo a solidão tristíssima da tarde

domingo, 10 de abril de 2011

Por quê? Por quê? Por quê?


Ainda estou chocada com a barbárie que aconteceu em Realengo/RJ. Lembrei de várias outras esquecidas por todos nós. Candelária, Vigário Geral, Yanomamis... E tantos outros atos de violência que assistimos pela TV, seja ela fechada ou aberta. Agora Realengo. Será que estamos nos acostumando a assistir passivos todos os dias a crueldade e fechamos os olhos achando que ela não chega até nós? Trabalho em uma escola pública e todos os dias fico na entrada para receber os alunos do turno noturno. Olho para cada um e não sei quem são na realidade. São meus alunos, aliados, parceiros, mas até quando? Adolescentes, adultos... e em cada turno temos mais de 300 alunos sei o nome da maioria deles, brinco chamo -os de meus bebes, mas será que os conheço? Fico no refeitório na hora da merenda, e como dizemos na escola, saio com alguns coordenadores para fazer a "ronda". E aqui entra os porquês que angustiam a minha alma todo as as noites em que volto para casa com o sentimento de gratidão por mais um dia que passou. E vendo o sepultamento dos nossos brasileirinhos, como disse em sua fala a nossa presidente, eu me pergunto: " Para que por que? Por que somos acordados quando o sonho nos livra do pesadelo? Por que esquecemos das lembranças boas quando a maldade se torna presente? Por que nos separamos dos amigos quando nos unimos no amor? Por que só lembramos das lições quando as "provas" já terminaram? Por que desejamos ser adultos quando ser criança é saber como viver? Por que exigimos tudo quando nada do tudo que podemos foi feito? Por que imploramos por amor quando o rancor nos cega de dor? Por que elegemos o próximo como réu quando o crime foi de nossa autoria? Por que perguntamos tanto quando já sabemos a resposta? Por que respondemos quando não existe mais nenhuma pergunta? Por que calamos quando nossa palavra é determinante nos atos? Por que tanta hipocrisia quando não podemos "fingir ser" no momento de "ter que fazer"? Por que falamos tanto quando o silêncio solicita a mudez que fala mais do que as palavras? Por que procuramos um culpado quando o julgamento já determinou a sentença e nada poderá ser mudado? Por que só invocamos por Deus quando precisamos nos ocultar? Tantas perguntas em busca de respostas que não sei explicar nesse caos que se agiganta em nosso viver. Esses porquês na verdade são as causas dos meus desencantos, meus desafetos e minhas incertezas no desejo de acertar. Não consigo respostas para todas, mas tenho tirado dessas perguntas um grande aprendizado nas consequências do perguntar. Saber o porquê não me livrou das consequências das minhas escolhas enquanto vou tentando conhecer as respostas. E assim os porquês deixam de ser a causa quando o efeito é assumir por quem? E assim, vamos construindo as nossas respostas e definitivamente não encontramos nada que venha nos consolar por perdas que não tem como ser reparadas. Nossos governantes se comovem, mas não traçam rumos para deter a violência, a desigualdade e tantas outras mazelas que rondam as nossas cidades e as nossas crianças. Choramos pelo Japão, Choramos pelo Brasil!

sábado, 9 de abril de 2011

Soneto

Mais um sábado, cá estou eu tentando escrever e ouvindo um lá/lá/lá... Os alunos da aula de canto aqui em casa, digo em casa porque fica no primeiro andar da igreja e eu moro em baixo. Daqui a pouco é a vez do sax, eu amo o som que sai desse instrumento. Ele acorda a alma para outras sinfonias. Lembrei de um soneto de Camões que chega assim suave como a brisa e que traz o som da música nessa tarde morna que vai passando como outras tardes sonhadas.

A minha alma gentil, que te partiste

tão cedo desta vida descontente,

repousa lá no Céu eternamente,

e viva eu cá na terra sempre triste.


Se lá no assento etéreo, onde subiste,

memória desta vida se consente, não te esqueças daquele amor ardente

que já nos olhos meus tão puro viste.


E se vires que pode merecer-te

alguma coisa a dor que me ficou

da mágoa, sem remédio de perder-te


roga a Deus, que teus anos encurtou,

que tão cedo de cá me leve a ver-te,

quão cedo dos meus olhos te levou.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O avesso o contraditório


Ir pelas portas que se abrem ou abrir frestas nos umbrais

desfazer, adiar...

não sei explicar contradições.

Deixem-me sonolenta neste momento de inquieta solidão.

Não despertem o contraste da minha outra face

nem desfaçam os nós que amarram que atam, os pensamentos que ficam no avesso...

Eles inquietam um incessante fervilhar de emoções quando a face que dorme se desperta.

É melhor acalmar o vulcão, do que deixar a emoção inquietar a razão

ou desfazer esse nó que envolve totalmente o viver que é o viver só...

Terra dos poetas/1995

terça-feira, 5 de abril de 2011


"...Que minha solidão me sirva de companhia. Que eu tenha a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo." Clarice Lispector

segunda-feira, 4 de abril de 2011

As rosas não falam


"Queixo-me às rosas, mas que bobagem as rosas não falam, simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti..." Cartola

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Livros


Minha dica de leitura para este final de semana é de um clássico do colombiano Gabriel García Márquez: Cem Anos de Solidão. Já li duas vezes, uma vez foi emprestado e outra quando comprei. Lançado em 1967, o livro mesla revoluções, fantasmas, incesto, corrupção e loucura. Tudo narrado de forma muito natural. Se delicie com a saga da família Buendía. Depois comente o que você achou deste livro fantástico.