quarta-feira, 30 de março de 2011

Conhecido e Amado pelo Pai


Estive ontem na Assembléia Legislativa do nosso Estado; enquanto esperava para ser atendida fiquei observando o entra e sai das pessoas comuns nos gabinetes parlamentares.Entramos em uma sala de espera minúscula, onde umas 20 pessoas aguardavam para serem atendidas. Não tenho muita paciência para esperar, mesmo estando preparada para uma longa espera. Chegamos por volta das 17h, os deputados encontravam-se em plenária e nós deveríamos aguardá-los. Não fiquei 05 minutos naquela saleta apertada com tanta gente querendo advinhar o que o outro iria conversar ou resolver naquele lugar. Os olhares se falavam, os anseios se misturavam e alguns até manifestavam as suas inquietações. Eu saí e fui aguardar no corredor estreito onde em cada porta entrava assessores, povo e funcionários. Todos sorrindo, fazendo promessas, e as horas se tornando lentas, intermináveis... Nós sujeitos passivos, ficamos à reboque dos acontecimentos e esperamos; aguardamos... Acredito que o arquiteto projetou aquelas salas de espera tão desconfortáveis para que as pessoas desistissem de esperar e fossem embora. Fomos convidados a subir para outro andar; o deputado não iria descer e as pessoas começaram a se dispersar, segurando uma promessa vazia de que outro dia seriam atendidas. Mudamos de sala; na realidade fizemos um tour nos corredores estreitos, subindo e descendo escadas. Ficamos mais meia hora sentados, agora num confortável sofá, numa sala toda atapetada, mas ainda cheia de gente querendo ser atendida. Alí o frenesí era maior, os nobres deputados circulavam com desenvoltura diante dos súditos boquiabertos esperando serem reconhecidos e pensando: "Quem sabe alguém me vê, afinal fui cabo eleitoral, estive com ele no último pleito." E aguardavam pacientemente uma migalha de reconhecimento; afinal, ainda não fazem seis meses desde a última eleição. Me pus a observar: as mãos que se apertavam, os sorrisos, as promessas... Uns saíam esperançosos, "Quem sabe amanhã?" Outros talvez não... Fico imaginando o que pensam aquelas pessoas naquele labirinto sem fim. Talvez sentindo-se perdido na multidão, considerando-se insignificante e vendo outros serem chamados enquanto vai ficando por último nessa roda que não para de girar. Você disfarça seus sentimentos, mas seria agradável ouvir seu nome mencionado de vez em quando nas rodas de conversa, ser elogiado, ser reconhecido... Ao menos uma vez... Talvez algumas pessoas, ou a maioria delas, sairam dalí decepcionadas com os seus líderes; mas deixe-me te dizer: a bondade e a misericórdia do Senhor estão te seguindo. Seu nome é importante para Ele. Jamais devemos esquecer disto. Talvez as multidões não o conheçam, mas não importa; você é conhecido do Rei dos reis. Você irá morar na casa do Rei e não terá que aguardar em uma saleta para ser atendido por um mortal... Assim começa a noite na Assembléia Legislativa. Fomos atendidos e saí dalí com uma impressão: deve ser muito bom ter nas mãos o poder de decidir, de fazer, ajudar, doar... Ou será apenas uma ilusão?

domingo, 27 de março de 2011

Plágio


A Fernanda Barcellos do Blog "...e no meio da fuga..." junto com sua amiga Marcinha Mendonça, criaram um selo com um propósito muito bacana: Contra o plágio na internet. Ela postou lá no blog e disponibilizou para que os amigos possam aderir a esta campanha. Então fiquem a vontade para levar e divulgar em seus blogs. Quem quiser usar uma frase, um texto seja o que for de outra pessoa, não custa nada dar os créditos devidos.

sábado, 26 de março de 2011

Aulas, Música e Deserto e Pablo Neruda


Hoje, não sei porque acordei cedo e fui procurar um livro que imaginei sumido. Não descansei até encontrá-lo nas prateleiras. Era um livro antigo de história infantil que falava sobre os nômades do deserto. ( Os homens azuis). Minha alma andarilha queria mais uma vez ler sobre essas tribos que andam pelo deserto do Marrocos e entender a sublimidade da liberdade que é o deserto. Como disse Saint-Exupéry, o povo nômade do deserto, "não defende sua liberdade, pois no deserto ele é totalmente livre; não defende seus tesouros palpáveis, pois o deserto é vazio; mas ele defende um reino secreto." Fui para a cama com o livro e voltei a dormir sonhando com cavernas, óasis, palmeiras e ventos. Só uma alma andarilha reconhece a necessidade do deslocamento das tribos em busca de alimento, especiarias e solidão. Não falo do que é palpável, falo do sentimento de inquietação que se instala, quando o que queremos é migrar para outros portos, vislumbrar outros pores-do-sol, outras alvoradas. Lembro novamente daquele amor, do silêncio... Acordo atordoada, inquieta. O som dos instrumentos da aula de música anunciam que já passam das nove. Primeiro o som das flautas, suaves, depois o sax e o trompete fazem as minhas manhãs de sábado tornaram-se enlouquecidamente barulhenta. As aulas de canto logo depois dizem-me que devo levantar. Já não dá mais tempo ir para o curso de Midias e Tecnologia lá em Georgino. A rotina recomeça como em todos os sábados e então deixo que a chuva se precipite em meus olhos e leio um poema de Pablo Neruda para espantar a solidão. SAUDADE

Saudade é a solidão acompanhada,

é quando o amor ainda não foi embora,

mas o amada já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,

é recusar um presente que nos machuca é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais... Pablo Neruda/ Poeta Chileno

quinta-feira, 24 de março de 2011

poemando


Então diz o poeta:

" Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança.

De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passa debaixo da sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteios."

Carlos Drumond de Andrade

domingo, 20 de março de 2011


" A satisfação vem quando causamos um impacto positivo e eterno na vida dos outros"

Janet Bly

Quero pedir a todos vocês para orar pelo Japão. Se não podemos ajudar de outra forma, peçamos a Deus por todos os nossos irmãos japoneses que estão sofrendo a perda dos seus entes queridos.

sábado, 19 de março de 2011

Ganhei da Kaline do blog Canto em silêncio
Indico para os blogs:
* Celeiro do Sam
*Ludugero desde que me entendo por Ludugero
*Krol, a Estranha
*A arte de contar e encantar na educação infantil
*Tapa na Pantera
*Letras mal escritas

sexta-feira, 18 de março de 2011

Amores Impossíveis.


Ouví uma música que fala de amores impossíveis e resolvi escrever sobre esse tema. A música de Betania é: "Um pequeno grão de areia era um eterno sonhador. Olhando o céu viu uma estrela imaginou coisas do amor, passaram anos, muitos anos... ela no céu, ele no mar dizem que nunca o pobrezinho pode com ela se encontrar. Se houve ou se não houve alguma coisa entre eles dois ninguém sabe até hoje afirmar. O certo é que depois, muito depois apareceu a estrela do mar. Lindo essa canção para os apaixonados. Lembrei de uma tarde lá na terra dos poetas em que nós , ( eu, Rochana, Dalvinha, Mirna, Dalva. e outras mulheres, quase abrimos um forum sobre esse tema e quero trazer para vocês, esse universo misterioso dos amores impossíveis. Mas primeiro me respondam, o que é o amor? Para mim o amor é indizível não há como defini-lo. Alguém certa vez falou que desistiu de explicar com palavras porque definitivamente emudece, pelo prazer de sentir... E acrescentou: "Sofro, choro, ardo, queimo, mas me sinto viva se de amor eu morrer. As paixões humanas são misteriosas, como diz Michel Ende: " As pessoas que as experimentam não sabem explicar e os que nunca viveram não podem compreender" Alguém certamente já viveu um amor impossível, desses de novela, mas sem final feliz porque se perderam nos desencontros da vida. É por isso que eu digo que amores impossíveis são amores desencontrados, não houve oportunidade de se eternizar. Será que foi a razão? Ou os caminhos se bifurcaram em veredas desconhecidas? Vou tentando por aqui compreender o universo de amores que não se vive ou se vive apaixonadamente, enlouquecidamente, clandestinamente. Mirna certa vez escreveu um texto sobre a história do seu amor impossível. " Era uma vida sem cor, que debruçava-se sobre uma janela sombria e ficava observando o viver dos que iam e vinham no caminho. Cada dia, surgia algo novo na rotina da janela, um olhar, um gesto, uma estampa. Nada era igual, a não ser sua vida na janela. As lágrimas comoviam os transeuntes que não entediam o que acontecia à vida da janela. As tintas desbotavam, as cores vivas, as flores, nada vivia ali. E a vida se fragilizava, nas sombras do entardecer, ia se delindo na dor, essência da saudade de um amor perdido, não vivido, sonhado, adormecido. Não houve possibilidades, o sonho não era possível. E a vida vivia na vida dos que iam e vinham no caminho da janela. Ela esperava! Só havia o silêncio de palavras não ditas. O coração acelerado. Ansiedade... Os passos esperados, não olhou a vida na janela, passou apressado. E ainda hoje a vida continua olhando, esperando, haverá possibilidades? E os que passam na sombra da janela não percebem o olhar vazio, com a vida morrendo nas retinas , embaçadas de dor do amor que nunca viveu." Para Mel com Terra.

quarta-feira, 16 de março de 2011

No dia em que eu temer


Muitas vezes sacudimos a cabeça, incrédulos, não por julgarmos mentira o que ouvimos, mas pelo fato de pessoas sofrerem tão grandes traumas nas mãos de outros, ou se colocarem em situações tão penosas. Problemas auto-infligidos ou criados por outros! Você já se perguntou como as pessoas chegam a esse ponto, por que se encontram tão inquietas, atormentadas, ansiosas por causa da vida? Estava de cabeça baixa procurando uns documentos no arquivo quando entra alguém na sala e pergunta se eu sei do que está acontecendo com uma pessoa querida para nós, fico estarrecida com a situação e impotente por não saber o que fazer. Como é terrível o salário do pecado! Você já se sentiu numa situação que parece absolutamente insana, horrenda, incrível, inconcebível, em que seu planos, sonhos e esperanças são destruidos? É como um pesadelo. "Isto não pode estar acontecendo comigo", você pensa. "Vai alterar o curso da minha vida, arruinar tudo!" A tristeza desce como uma neblina, envolvendo o coração, e você imagina que não conseguirá sobreviver. Descanse. Mas como descansar na tempestade? Estava assistindo o Extreme Makeover um programa que passa na tv fechada, o apresentador perguntou para uma menininha de 07 anos de idade, o que ela mais queria. E ela respondeu: " Voltar a ser bebê." Aquela menininha tem um cancêr bastante agressivo, mas não desisti de lutar para viver. Seus dias estão nas mãos de Deus. Não se aflija. Tudo tem um propósito... o dEle!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Ninho vazio


Eu ando meio pelos cantos ultimamente e vou remexendo nas gavetas, folheando livros que não pego a muito tempo, faço faxina nas gavetas e vou encontrando alguns tesouros. Hoje chorei por dois motivos: Minha irmã mandou de presente para mim uma foto da gente ainda criança, junto com nossa mãe. Eu mergulhei num labirinto de lembranças, voltei naquela tarde de 07 de setembro e consegui sentir o cheiro da roupa da minha mãe, sentir o toque do tecido do seu vestido, a cor do batom que ela usava, era clarinho, clarinho, ela estava de luto pela morte da sua mãe. Era mais ou menos o ano de 1967/1968. E parece que foi ontem. A segunda emoção foi encontrar um poema que retrata exatamente meu interior .Poesia de Cliff Schimmels e encontra-se no livro Mulheres Ajudando Mulheres, página 469. O Ninho Vazio
O choro agora já parou.
Não se ouvem mais soluços por baixo da porta.
Não mais ficamos à escuta, deitados no leito,
presos entre nossa necessidade de sono e a necessidade deles chorarem.
Não mais os suspiros começam suaves
e passam depois a berros ressoando pela casa chamando nossa atenção.
Não mais precisammos chamar um pequenino ao nosso quarto para consolar, confortar, e mostrar preocupação
com os grandes problemas - o dia em que os peixinhos morreram,
o dia em que o namorado gostou de outra, o dia em que outro foi escolhido para o prêmio (...) E eu fui lendo, lendo e me dando conta de que o ninho está quase vazio. Só resta um filhote para voar, sei que é por isto que vivemos, para vê-los alçarem vôos. E eles voam.Nós damos as asas, ensinamos a fortalecê-las com amor e queremos e esperamos que voem nas alturas, fortalecidos pela esperança de que serão a continuidade, o futuro... É o ciclo da vida que continua.

Ulisses é um romance que eu sempre desejei ler, e em 2010 eu me dei de presente esse livro que nele intercalam-se dois personagens principais, Leopold Bloom e Stephen Dedalus, pelas ruas de Dublin ao longo de um único dia, 16 de janeiro de 1904. Sua estrutura remete-nos à Odisséia, épico de Homero. Resumindo, Ulisses é um livro para quem gosta de ler. para os apaixonados por um bom livro. são mais de 800 páginas com toda gama de emoção que se pode ter. "Ulisses é um livro para se ter, com que se conviver".